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Ora sejam bem vindos ao 6º episódio da 2ª temporada do Podcast Watch Your Money. O meu nome é Luís Lourenço, e todas as 2as feiras trago-lhe um novo episódio, onde lhe falo sobre um ou mais temas que foram notícia na semana que passou, e faço a relação desses temas com a sua vida financeira pessoal. Vamos então ao episódio de hoje.
Como sabemos, no passado dia 24, na semana passada, fez um ano que se iniciou a guerra na Ucrânia. Uma guerra que já aniquilou milhares de pessoas, que devastou milhares de vidas e de património, e que mostrou ao mundo, mais uma vez, que nada é garantido e que tudo pode mudar de um instante para o outro.
Mas porque é que escolhi este tema para começar o episódio de hoje do Podcast?
A lógica das guerras
Foi porque se refletirmos sobre a lógica que preside a esta guerra (e a todas as outras que existiram até hoje) chegamos naturalmente à conclusão que é a lógica do poder. O que origina as guerras é quase sempre a vontade de ter mais poder, de dominar mais, de ter mais.
E alcançar mais poder através do sacrifício e do sofrimento de outros é algo que, para a maioria de nós, é um dos piores crimes que se pode cometer.
O que significa “ter poder”?
Mas agora gostava de me focar no tema do poder. E se as pessoas, na sua generalidade, pudessem ter mais poder nas suas vidas, sem que isso significasse nenhum prejuízo ou perda por parte de outras pessoas? Isso já soa bem, não é? Se eu puder ter um poder maior sobre a minha própria vida e com isso, em vez de prejudicar outros, até puder beneficiá-los, seria extraordinário! E que tal desenvolver esta ideia? Vamos lá.
Convido os ouvintes a pensarem um pouco sobre o que significaria para si ter mais poder sobre as suas vidas. Atenção que disse “sobre as suas vidas” e não sobre os outros. Se alguém tiver a tentação de pensar em ter mais poder de uma forma que afete outros negativamente, peço que reformule esse raciocínio e faça como estou a pedir. E já agora não posso deixar de sugerir que essa, ou essas pessoas, pensem um pouco sobre essa visão de poder que, pelos vistos, gostariam de ter.
Bom, então, já pensaram o que significaria para vocês ter mais poder sobre as vossas vidas? É uma pena este formato de podcast não permitir interação entre nós, para podermos dialogar, mas havemos de lá chegar dentro de algum tempo, quando lançar a versão streaming em direto no Youtube. Mas como isso ainda não é uma realidade, vou eu dar algumas ideias sobre o que acho que significaria ter mais poder, para a maioria das pessoas.
Por exemplo, uma das coisas seria ter a autonomia necessária para viajar e conhecer outros povos e culturas, ou simplesmente locais maravilhosos do planeta. Isto não como uma simples forma de gozo, ou de capricho, mas como forma de crescer enquanto pessoa. Viver experiências que permitam ser uma pessoa mais completa e conhecedora. Que permitam expandir não só o nosso corpo, mas também a nossa mentalidade e conhecimento sobre o que nos rodeia. E naturalmente, podermos proporcionar às pessoas que amamos também as mesmas experiências, por exemplo a nossa mulher e filhos, tendo assim a oportunidade de viver estas situações maravilhosas em conjunto.
Outro exemplo de poder, pode ser ter a possibilidade de ter ao meu alcance, todos os cuidados médicos que eu possa vir a ter necessidade. Ter a tranquilidade de saber que, se alguma coisa acontecer a mim ou aqueles que eu amo, que tal não seria nunca por falta de ter acesso à melhor assistência. Que não precisaria de aguardar meses, ou anos, para ter uma consulta médica que, quando chega a altura, dura 5 ou 10 minutos, sem que haja uma avaliação médica atenciosa e de qualidade.
Ter poder pode significar também, por exemplo, ter a possibilidade de evoluir e de aprender. De tirar cursos, ou fazer formações, e aprender com os melhores. Estou a falar de uma evolução que pode ser de natureza profissional, ou simplesmente por lazer ou para melhorar a saúde e o bem estar. De poder parar um tempo para fazer essa formação, e até eventualmente viajar, sem que isso seja impossível ou possa criar problemas na nossa vida. E, mais uma vez, estou a falar também de o podermos proporcionar aos nossos familiares e amigos.
Outro exemplo sobre o significado de termos poder, pode ser termos a oportunidade de viver num local que seja agradável e que nos faça sentir bem. Não estou a dizer uma mansão com 3 pisos, com 1000 mts2, com 2 piscinas e courtes de ténis. Estou a referir-me a uma casa que tenha o que precisamos para nos sentirmos bem e em paz, com nós próprios e com a vida.
Vamos a outro exemplo, ter poder pode significar ter a capacidade de ajudar outros que estejam em dificuldades. Através de donativos ou de participações em projetos de natureza variada. Olhem, falava no início deste episódio na guerra Ucrânia, ter poder significaria ter a possibilidade de – por exemplo – ajudar os refugiados que fogem de situações terríveis com aquela.
E já que falo que projetos, o que dizer acerca de outros projetos ou negócios, de natureza profissional? Aquele negócio que sempre sonhou que gostaria de ter, seja um restaurante, um novo tipo de software, uma escola, um ginásio … enfim, qualquer projeto que gostaria de ter, mas que nunca chega a acontecer porque nunca chega a ter as condições para começar.
E, por último, como exemplo do que pode significar ter poder, é poder sentir paz. A paz de saber que pode viver de forma plena e descontraída. Que, mesmo que não seja milionário ou uma das pessoas mais ricas do país, tem o suficiente para não ter que se preocupar se vai ter dinheiro necessário para esta ou aquela necessidade, se vai ter reforma, ou se vai ser capaz de pagar o cartão de crédito este mês.
Como alcançar o poder (controlo) das nossas vidas?
Estes são exemplos daquilo que para mim significa ter poder. Não é ter mais terras ou ter controlo sobre mais pessoas. Nada disso, pelo contrário, ter mais poder significa ter mais controlo sobre mim próprio, sobre a minha própria vida. Bom e então vem a pergunta de 1 milhão de euros: e como é que consigo alcançar isso?
- O primeiro passo é ter consciência disto. É ter consciência do imenso valor que tem, poder ter o controlo da nossa própria vida.
- Depois, é ter consciência de que isso é possível e está ao alcance de praticamente todos.
- Depois, é preciso estar disposto a mudar o que for necessário na nossa vida, na nossa pessoa, nos nossos hábitos, para fazer aquilo que os outros não fazem. Sim, porque a razão pela qual uns alcançam certas coisas, e outros não, é porque os primeiros estão dispostos a mudar e a fazer coisas que os segundos não estão.
- E, finalmente é preciso ação, ou seja, porem prática, de uma maneira firme, decidida e consistente. Eu diria mesmo, inabalável. Porque com tudo o que acontece à nossa volta e com todos os nossos hábitos acumulados, se não tomarmos uma decisão inabalável de seguir por um determinado caminho, custe o que custar, o mais certo é acabarmos por nos desviarmos daquilo que queremos. E repito, esta é a razão porque poucos conseguem e muitos falham.
Último ponto e não menos importante
Repararam certamente que nunca, em tudo o que vos disse, fiz referência a algo que pudesse ser prejudicial aos outros, antes pelo contrário. E este é precisamente o último ponto que vos quero falar. No percurso para alcançar mais poder e controlo sobre a nossa vida, nunca devemos ter a tentação de o fazer à custa de outros. Mesmo que isso tenha um retorno momentâneo aparentemente bom, o retorno a médio prazo dificilmente o será. E o que é mais absurdo é que há formas saudáveis e incomparavelmente melhores de o alcançar sem ser à custa de prejudicar o crescimento e a evolução dos outros. Se em alguma altura conseguirmos pensar e ter uma noção verdadeira e clara, de que os outros são exatamente iguais a nós, exatamente com as mesmas necessidades, dores, anseios, … , então de certeza não faremos nada que os prejudique, e conseguiremos crescer e desenvolvermo-nos todos em conjunto.
E pronto, o aniversário do primeiro ano da guerra na Ucrânia resultou nesta pequena reflexão que aqui partilhei convosco, sobre o que deve, ou não, significar ter poder. Fica a sugestão para que pense sobre isto e que deseje vir a ter todo o poder possível sobre a sua própria vida, mas contribuindo sempre para que o mesmo aconteça aos outros.
Obrigado pela sua presença, é tudo por hoje e até para a próxima semana.
Luís F. Lourenço
Financial Life & Business Coach
