T2:E4 Um terramoto na nossa Vida

Olá, seja bem-vindo ao episódio 4 desta 2ª temporada do podcast Watch Your Money. 

O meu nome é Luís Lourenço e às 2as feiras trago-lhe sempre um novo episódio deste podcast – é claro, salvo alguma situação excecional. Os episódios são focados em alguns temas da atualidade e na forma como esses temas se relacionam com a gestão das finanças pessoais de cada um de nós.   

Então o primeiro tema que quero falar hoje é o do terramoto na Turquia e na Síria que, segundo vi há pouco, leva já mais de 25.000 mortos. Sobre isto, a primeira coisa que tenho a dizer é lamentar a tragédia, como aliás não podia deixar de ser. É uma catástrofe imensa que só nos pode entristecer, principalmente em nome de todos os que perderam as suas vidas, e também de todos aqueles que ficaram feridos e outros que ficaram com os seus bens a sua vida toda destruída. 

A mim o que me surpreende é o foco que os meios de comunicação social colocam nesta tragédia. Durante dias a fio temos assistido a horas e horas de telejornais, que descrevem os detalhes mais sórdidos da tragédia como se de tratasse de informação muito relevante. Claro que eu considero importante estar informado sobre o que lá se passou, e está a passar, em termos gerais. Agora, sinceramente, dispenso ver pessoas a serem retiradas dos escombros mortas ou feridas e a escorrer sangue, como se viu durante vários dias.  

Para mim, perante uma tragédia destas, acho que há duas questões que verdadeiramente deviam interessar a cada um de nós. A primeira é: está ao meu alcance fazer alguma coisa para ajudar aquela gente no meio de todo aquele sofrimento? Se sim, ótimo, e então vou fazer isso que está ao meu alcance, se não, então não posso fazer nada em relação ao assunto e não serve de nada (nem a mim nem a ninguém!) ficar a olhar para as imagens dos telejornais como se estivesse a ver um filme de terror ou de drama. 

A segunda questão que devo colocar a mim próprio é: 2) e se isto me acontecer a mim? Vamos ver por exemplo o caso, se isto me acontecer e eu morrer? Bom, pela minha parte posso dizer que fico com o problema resolvido, mas e em relação à minha família e às pessoas que dependem de mim, aqueles que eu amo? Estou satisfeito com aquilo que lhes deixo em termos de segurança e de bem estar, dentro daquilo que é possível no meio da tragédia? E se alguns deles ficarem feridos e precisarem de auxílio médico, têm capacidade para aceder a esses cuidados? 

Agora imaginemos que eu não morria nesse desastre e que ficava eu ferido e sem capacidade de continuar a trabalhar. Que tipo de vida seria a minha? Que tipo de preparação tenho eu para uma situação dessas, se alguma vez a vier a enfrentar? 

E já agora imaginemos que eu não morria nem ficava ferido, mas que a minha casa e todos os meus bens ficavam destruídos? E que iria fazer? 

Eu estou a dizer-lhe isto porquê? Porque a maioria das vezes as pessoas assistem a estes desastres pela televisão, dizem coisas muito ternurentas em relação a todos os que estão a passar por aquilo, mas ao final de alguns dias esquecem, e voltam às suas vidas até que uma nova catástrofe os leve novamente a repetir o ciclo. Eu sou adepto de retirarmos sempre o melhor de todas as situações, mesmo as mais horríveis como esta. Se eu posso ajudar de alguma forma, ajudo. Senão pergunto-me: o que é que eu posso aprender com isto? O que é que eu posso mudar na minha vida hoje, para que se isto me acontecer esteja mais bem preparado? Tenho um seguro adequado contra sismos, ou será que devo fazer um? Tenho um seguro de saúde ou de vida? E se tiver que viver uns meses sem trabalho, tenho um fundo de emergência que me permita fazer face a essa situação? Posso fazer alguma coisa para proteger melhor a minha família?  

Sinceramente, na minha opinião estas são as melhores reflecções que se podem fazer depois de ver o que se passou na Turquia e na Síria. Ajudar aqueles que lá estão, claro, se eu puder fazer isso de alguma maneira, e depois ver que lições posso tirar para a minha vida. 

Há uns dias num workshop que eu fiz para cerca de 150 jovens, um deles perguntou-me se fazia sentido poupar e investir já que não sabemos se estamos vivos amanhã. Aquilo que eu lhe disse foram duas coisas: 1) em primeiro lugar existe uma probabilidade elevada de amanhã, ou noutro  futuro mais distante, podermos estar vivos – a não ser que sejamos pilotos de fórmula 1 ou tenhamos alguma outra atividade de elevado risco. E, portanto, faz muito sentido organizar a nossa vida e tomar as nossas decisões partindo desse princípio; 2) agora, em segundo lugar, uma coisa não invalida a outra! Ou seja, não é por planearmos o futuro e nos prepararmos da melhor maneira, que temos que deixar de viver o presente. Uma coisa e a outra são totalmente compatíveis. Podemos ter que fazer algumas cedências ou mudar alguns hábitos, mas na maioria das vezes as mudanças podem até não ser muito grandes. O que importa é começar já a fazer algumas coisas de maneira diferente, e depois ser consistente ao longo do tempo. Portanto aqueles que acham que não vale a pena – ou não têm tempo – para planearem a sua vida financeira, pensem como seria se tivessem sido apanhados pelo sismo da Turquia. 

Sobre este tema era o que tinha para vos dizer.  O próximo tema ouvi há pouco ao Alçada Batista na crónica semanal que ele tem disponível no Youtube, que eu ouço sempre que posso. Aliás, eu vou falar de dois dos temas que ele fala nesta última crónica. 

O primeiro é haver uma intenção, não percebi bem se já se trata de um projeto de lei ou não, para que as jogadoras de futebol passem a ter um salário mínimo de 2000 e tal euros. A questão para mim aqui é genérica e não em relação às jogadoras de futebol ou a este caso em concreto. A questão é a da meritocracia. Isto é, as pessoas devem ser remuneradas pelo que produzem e não por outra razão qualquer. Em relação às jogadoras de futebol podem ganhar até milhares de euros, acho isso ótimo, mas naturalmente desde que gerem rendimentos para que esses salários sejam pagos. Isto é, aliás o que diz Alçada Batista na sua crónica.  

E o que é que isto tem a ver com as finanças pessoais? Aquilo que eu já disse várias vezes antes. As pessoas têm que ser responsáveis pelas suas vidas, o mais possível, e não tentarem não depender de subsídios ou de proteções deste género. Voltemos ao tema das jogadoras de futebol. Se elas ganharem 2000 e tal euros por mês durante 10 ou 15 anos de carreira, e se não tiverem um elevado grau de responsabilidade, o que é que vai acontecer depois quando acabarem a carreira? Quanto é que terão poupado e investido daquele salário? Talvez mais importante do que passarem a ter um salário mínimo, as jogadoras talvez fizessem melhor em planear as suas vidas e verem se estão a tomar as melhores decisões para o seu futuro. E atenção, eu até gosto bastante de ver futebol feminino e não tenho rigorosamente nada a apontar. As minhas notas são no sentido de elas, as jogadoras – terem o melhor possível na sua vida. 

A outra questão que quero falar, que também ouvi ao Alçada Batista na sua crónica há pouco, é sobre o chatGPT, mas concretamente em relação à inteligência artificial em geral. Já agora, para quem ainda não sabe o que é o chatGPT, trata-se de uma ferramenta de inteligência artificial na internet, à qual é possível fazer perguntas e obter respostas – na maioria das vezes – extraordinárias, como se tivessem sido escritas por humanos especialistas nas diversas matérias. Se ainda não experimentaram sugiro que experimentem para avaliarem por vocês próprios e, já agora recomendo também que ouçam o que o Alçada Batista diz em relação a este chatGPT na sua crónica de hoje, uma análise em relação a outra temática em causa relativamente a este tema. 

Por mim, o que quero dizer é em relação ao chatGPT e à inteligência artificial em geral é isto. Esta ferramenta vem comprovar o que já esperávamos à muito – pelo menos eu – nomeadamente que a IA é uma realidade séria e que vai transformar por completo as nossas vidas, os empregos, as relações, a saúde… enfim tudo! Basta imaginarmos o que será, quando se juntar a capacidade dedutiva do chatGPT – prefiro não lhe chamar inteligência – a um robot que tenha elevadas capacidades motoras, tipo um humano. Essa máquina que vai resultar daí, vai ser capaz de substituir os humanos em centenas ou até milhares de funções.  

As lições a tirar daqui em relação às finanças pessoais? Não são muito diferentes das que referi anteriormente neste podcast. Acima de tudo ter consciência que esta realidade não só existe já atualmente, como será algo muito sério no futuro próximo. E com essa consciência o que temos que fazer é investirmos em nós, nas nossas competências e profissionalismo. Se nos esforçarmos por sermos sempre as melhores versões de nós próprios, estaremos apetrechados da melhor maneira para fazer face aos desafios que vão surgir pela frente. E essa é a melhor maneira de procurarmos garantir que temos umas finanças pessoais sólidas e duradouras. 

Se não sabe por onde começar procure um financial life coach para o ajudar a organizar as suas ideias e começar a ter uma vida financeira estruturada e de acordo com um plano. 

E ficamos por aqui. Agradeço a sua disponibilidade e desejo-lhe uma ótima semana. Até à próxima 2ª feira. 

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